Normalmente só lembramos da manutenção em equipamentos eletrônicos quando estragam. Então é hora de chamar um técnico.
Mas a maioria dos problemas podem ser evitados e corrigidos ANTES que aconteçam. Isto é especialmente válido quando falamos de nobreaks. Independente da marca ou modelo dos equipamentos, todos os nobreaks trabalham com baterias, e mesmo os que utilizam baterias “seladas e livre de manutenção” possuem vida útil, e são suscetíveis a problemas por aquecimento, ciclos de uso e vazamentos que podem danificar de forma irreparável o equipamento, isto porque possuem solução ácida corrosiva no seu interior.
A manutenção das baterias é muito importante em nobreaks, mas não é o único ponto que merece atenção, isto porquê geralmente nobreaks são instalados e “esquecidos” em um local, geralmente no chão devido ao seu peso, e acumulam muita poeira ao longo do tempo, mesmo em ambientes limpos, devido a suas aberturas para ventilação e sistemas de FAN. A poeira em excesso prejudica a dissipação de calor porque fecha os orifícios de ventilação e também pode queimar ou travar as ventoinhas, que não conseguem girar e ficam presas na poeira. Outro problema é que a poeira é uma “salada de partículas de sujeira” e pode ser condutora, queimando componentes eletrônicos internos e fechando “curto-circuito” nas placas.
O perigo das baterias.
Praticamente todos os nobreaks de pequeno porte utilizam baterias internas. Alguns modelos possuem expansão para baterias externas adicionais através de conectores do tipo “engate rápido”, enquanto os modelos de médio e grande porte utilizam em sua maioria banco de baterias externos.
Apesar da praticidade de ter todo o circuito do nobreak e as baterias em um único gabinete, as baterias internas tendem a ter menor vida útil, pois sofrem com o calor gerado pelo circuito do nobreak. Além disso, como ficam “escondidas”, é mais difícil visualizar alguns problemas de vazamento ou “estufamento”, sendo necessário abrir todo o equipamento para tal.
Os problemas mais comuns em baterias internas “seladas”, do tipo VRLA (clique aqui para saber mais sobre os diferentes tipos de baterias) é que podem “estufar” ou até vazar dentro do equipamentos, danificando muitas vezes o circuito eletrônico. Em alguns casos mais extremos podem até explodir ou rachar o invólucro, expelindo gases tóxicos.
Já no caso dos modelos que possuem baterias internas chumbo-ácido, devemos tomar muito cuidado para não balançar ou virar o equipamento, pois o ácido interno das baterias pode derramar, novamente danificando de forma permanente o equipamento.
Independente do tipo de bateria utilizada pelo seu equipamento, todas costumam oxidar e criar zinabre nos conectores de engate ao longo do tempo, muitas vezes corroendo não só os terminais das baterias mas também os conectores dos cabos, sendo necessária sua substituição e limpeza interna.
Outros problemas “invisíveis”.
Alguns dos problemas mais comuns em nobreaks são placas danificadas pelo calor, baterias com vazamento de eletrólito, capacitores danificados, cabos e conectores danificados, baterias esgotadas ou com baixa autonomia, ventoinhas paradas, problemas nos painéis digitais e leds indicativos e muitos outros que uma boa manutenção preventiva deve identificar.
Lembre-se que resolver um problema antes que ele aconteça sempre vai custar muito mais barato do que reparar um equipamento, isto se o equipamento não for danificado a um ponto sem conserto após ocorrência de um problema que podia ser prevenido.
Sistemas de proteção destrutivos.
Os bons nobreaks não servem apenas para manter os equipamentos eletrônicos funcionando em caso de falta de energia elétrica, mas também possuem diversos sistemas de proteções para evitar problemas oriundos da rede elétrica.
Algumas destas proteções são ativas todo o tempo, como correção de pequenos picos ou quedas de tensão, que não causam problemas ao equipamento, enquanto outras são proteções destrutivas, projetadas para queimar componentes como fusíveis e varistores. O objetivo destas proteções destrutivas é “segurar” o problema no nobreak, preservando os equipamentos conectados à ele.
Dependendo do problema, a correção pode ser desde a substituição de um simples fusível ou a destruição completa do equipamento, no caso de raios ou picos de tensão muito elevados.
Um importante componente de proteção é chamado de “varistor”, que basicamente fecha um curto-circuito dentro do no-break. Dependendo da intensidade da corrente, o varistor pode queimar e danificar os componentes em volta dele, além da própria placa onde é soldado. Ao lado alguns exemplos de equipamentos danificados pela queima de varistores e o dano causado aos demais componentes.
Dicas e cuidados com nobreaks.
Algumas características do ambiente podem reduzir muito a vida útil de um nobreak, principalmente no que diz respeito as baterias, que são sensíveis ao calor. A seguir listamos algumas dicas e cuidados básicos para extender a vida útil de um nobreak: